domingo, 12 de abril de 2009

Retrovisor

Sigo a estrada na quinta marcha
Já faz tanto tempo que nem sei quando começou esta jornada
Cabelos ao vento e nenhuma curva a vista
Os olhos cansados de olhar a pista

Vejo diversas entradas
Onde será que elas vão levar?
Ao mesmo destino que me leva essas passadas?
Meu espírito aventureiro começa a se perguntar

Mas essa estrada é um tapete
Teria motivo para desviar desse caminho promissor?
Mas insisto por um tempo a olhar no retrovisor
E as horas passam como um foguete

Olho, mais uma vez, para o retrovisor
Parece que ainda vejo, lá atrás, a hora que estava feliz a dirigir
Olho para frente e nada parece animador
Na esperança de chegar ao destino, sigo a insistir

Se tomar outro caminho talvez possa me arrepender
A estrada é perfeita para andar
Então volta a escurecer
E eu olhando para o retrovisor já querendo voltar

O sol começa a aparecer no horizonte
E aquele espelho a minha fronte
Parece mostrar o motivo da minha dor
Começo a perceber que não se chega a lugar algum,
olhando somente para o retrovisor

B.C.

Um comentário:

  1. O poema monta uma bela paisagem na mente do leitor. A paisagem é uma das minhas favoritas: a estrada, o horizonte, a solidão.

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